segunda-feira, 23 de junho de 2008

A rota dos sandubas cariocas

O Cervantes e seus magníficos sanduíches são uma ótima opção para qualquer hora do dia ou da noite - acompanhados de um chopp bem tirado, no fim da madrugada então, hum... perfeitos! Estão bem caros, temos que concordar. Porém, sanduíche no Cervantes, 3 da madrugada, depois de qualquer outro programa, já faz parte da história desse nosso Rio! E estes sanduíches estão ali em Copa, mais especificamente no Leme (Rua Prado Júnior com Barata Ribeiro), desde 1955!

No Centro do Rio, o OPUS (Rua Gonçalves Dias, próximo ao caótico Mercado das Flores) tem maravilhosos sandubas clássicos: carne-assada, pernil, tender... e tudo isso pode vir acompanhado de cebola, queijo ou abacaxi... a depender do gosto do freguês. São bem servidos, com direito ao dono e o filho do dono servindo no balcão. O chopp vem na pressão, mas também tem suco natural. O espaço não tem nada de clássico ou histórico, é meio feio (e até meio sujinho mesmo), mas o sanduíches compensam. Dica: só aceita dinheiro em espécie...

Porém, contudo, todavia (como diria um antigo professor de português da ETFQ), o templo maior dos sanduíches, o lugar sagrado dos sandubas (e das omeletes) no Rio de Janeiro é mesmo o Paladino... na verdade a Paladino... pois seu nome é Casa Paladino.

É simplesmente tudo comer na Casa Paladino! Passar por aquelas prateleiras de bebidas (as mesas ficam escondidas atrás de centenárias prateleiras de madeira). Entrar e observar aquele relógio secular, logo abaixo de mostruários que estão ali desde 1906... é mesmo uma experiência incrível!

Fica ali na Rua Uruguaiana esquina com Marechal Floriano. Só aceita dinheiro em espécie e o garçon (que é simpático ou mal-humorado ou sarcástico... a depender do dia e do freguês) faz a conta na mesa, na hora, num pedaço de papel que parece que está ali, na mão dele, desde 1906...

Barato, tradicional e bem servido... está sempre cheio! E tomara que fique cheio por mais 100 anos! Do jeitinho que lá está.

E vamos em frente, pois passarinho que dorme com morcego, amanhece de cabeça para baixo!

Abraços, Ciro.

Nota do Bloggeiro em 10/08/2008: Pessoal, o Cervantes está fechado para reformas... quando tivermos mais informações postaremos aqui. Abs, Ciro.

Nota do Bloggeiro II: Desde o final de 2008 o Cervantes já está funcionando normalmente. Porém, os preços lá estão proibitivos! Uma pena...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Você conhece o Bandão?

Não, não é a gíria da garotada carioca para dar uma banda, uma rasteira, um rabo de arraia grande não... é apenas uma banda de música grande. Grande, boa e grátis!

Um grande amigo meu, economista e teólogo (já quase padre), ao conhecer a proposta do Coisas do Rio me disse: "Ciro, não esqueça de falar do Bandão". Então, aqui está meu caro...

Um dos lugares preciosos da nossa cidade é a Urca (em outra oportunidade falaremos mais desse paraíso urbano). Ali, na Av. Pasteur, fica a Escola de Música da Uni-Rio. Acontece que todo sábado após às aulas - que terminam por volta das 12h - os alunos e alunas da Uni-Rio vão saindo, vão se posicionando no arborizado e bucólico pátio da universidade, vão formando uma enorme banda de música e sob a regência dos professores daquela instituição federal, formam o maravilhoso Bandão.

São impressionantes apresentações de choro, chorinho, MPB, música clássica... num espaço ótimo e informal... não tem conforto, não tem muita cerimonia... é ótimo! No começo os músicos vão se acertando, acontecem algumas paradas estratégicas para arrumar o arranjo... depois fica perfeito!

Então fica aqui a dica: Bandão, todo sábado, das 12 às 13 horas - na Urca (Escola de Música da Uni-Rio). Em julho acaba o semestre e as atividades serão retomadas em agosto.

E vamos em frente, pois quem fica parado é poste!

Abraços, Ciro.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Comida Árabe no Centro

No Rio podemos encontrar diversas opções de comida Sírio-Libanesa. Contudo, especificamente no Centro da cidade existem alguns lugares que me deixam com água na boca...

Com preços honestos e boa qualidade no atendimento, temos o Al Kwait (num maravilhoso beco não tão conhecido nesta cidade, a Travessa dos Poetas de Calçada - onde o nome já é uma atração a parte). Chega-se a ele pela 13 de Maio ou Senador Dantas.

Na Av. Presidente Wilson temos o já tradicional Beduíno. O garçon que serve o chopp foi finalista num concurso internacional de tiradores desta refrescante bebida de cevada.

O kibe e as esfirras do Al Kwait e o chopp premiado e bem tirado do Beduíno são daquelas coisas especiais e maravilhosas dessa nossa terra.

Na Rua do Rosário temos o Damasco, comida boa, muito saborosa e honesta. Os pratos são servidos sob o rigoroso olhar do dono e da moça que passa o cartão (dois que parecem ter saído diretamente do médio oriente para o Centro do Rio). Uma boa opção é a cerveja de garrrafa, para um bom brinde coletivo. Mas atenção: pedindo muitos pratos para poucas pessoas o preço pode sair um tanto salgado.

Mas sem nenhuma dúvida, o campeão dos campeões é o tradicional Cedro do Líbano (há 60 anos na Rua Senhor dos Passos, no coração do SAARA - o maravilhoso, confuso e barulhento comércio popular do centro do Rio). Lá a comida é uma loucura! Deliciosamente tradicional, você come bem e é bem servido por garçons que parecem que já trabalham lá há mais de 60 anos, rodeados de descendentes e de libaneses, sírios e outros povos árabes que escolheram o Rio para viver. Não é baratinho não, mas vale a pena...

E vamos em frente, pois jacaré que fica parado na praça, vira bolsa de madame.

Abraços, Ciro.